A vacinação tem como objetivo estimular o sistema imunológico a produzir resposta adequada a determinada doença. É uma das principais formas para se evitar a ocorrência e disseminação de doenças potencialmente graves.
Existem dois tipos de vacinas, aquelas produzidas a partir de vírus vivos atenuados (como no caso da vacina da rubéola, varicela, BCG- tuberculose) ou aquelas produzidas com microorganismo inativado. Em geral, as vacinas produzidas com vírus vivos atenuados são contra-indicadas na gravidez, devido ao risco do desenvolvimento de sintomas da doença ou de passagem transplacentária. Algumas exceções são feitas apenas nos casos em que a gravidade da doença justifica o risco da vacinação, como nos casos de pacientes que vivem em zona endêmica para Febre Amarela.
Veja abaixo a relação das vacinas indicadas durante a gravidez:
Influenza
É recomendada a vacinação de todas as gestantes principalmente nos períodos de maior incidência (inverno), evitando-se preferencialmente o primeiro trimestre da gestação. É importante salientar que devido ás mutações nas cepas virais, a vacina deve ser realizada em todas as gestantes independente de terem sido vacinadas previamente (1 dose anual).
Hepatite B
A vacinação contra o vírus da Hepatite B já faz parte do calendário vacinal das crianças desde 1998, o que significa que uma grande parte das mulheres em idade fértil já é vacinada contra essa doença. No entanto, para todas as gestantes que nasceram antes desse período e que não foram imunizadas previamente, indica-se a realização do esquema completo durante a gravidez e o puerpério. O esquema vacinal é composto por 3 doses (0-2-6 meses) e não é necessário realizar dose de reforço.
Tétano (dT)
A imunização pelo tétano durante a gravidez é recomendada tanto como imunização primária quanto como reforço em mulheres previamente vacinadas. Isso porque a imunização da gestante está associada à diminuição das taxas de mortalidade neonatal e infantil associadas ao tétano neonatal. O esquema vacinal preconizado durante a gestação deve ser realizado de acordo com o status vacinal de cada paciente, evitando-se preferencialmente o primeiro trimestre da gestação com término do esquema 2-4 semanas antes do parto.
Coqueluche (dTPa)
A vacinação contra a coqueluche é a grande novidade no calendário vacinal das gestantes. Isso devido ao aumento na incidência dessa doença principalmente nos primeiros meses de vida do bebê, quando a imunidade vacinal ainda não está completa. Atualmente a vacina contra a coqueluche é administrada em conjunto com a vacina do tétano e da difteria (conhecida como tríplice bacteriana acelular ou dTPa), devendo ser realizada entre a 27ª e a 36ª semana de gestação, mesmo em pacientes que já receberam a dT ou a dTPa antes da gravidez. Isso porque, além de oferecer imunidade para a gestante, confere imunidade nos primeiros meses de vida do bebê, através da passagem transplacentária dos anticorpos durante a gravidez.
O esquema de aplicação na gestante deve ser realizado de acordo com o status vacinal contra o tétano, conforme o esquema abaixo:
- Não vacinadas ou com esquema incompleto: 3 doses (0-2-6 meses)*
- Vacinação completa com reforço <10 anos: 1 dose de reforço (dTPa)
- Vacinação completa com reforço há mais de 10 anos: 3 doses (0-2-6 meses)*
* Uma das doses (entre 27-36 semanas) deve ser de dTPa
Lembrando que existem indicações específicas de outras vacinas não descritas aqui que serão orientadas pelo seu médico. E não esquecendo, que o puerpério é um ótimo momento para a atualização do calendário vacinal das mulheres! Pacientes que não receberam a vacina da rubéola antes da gravidez devem ser sempre orientadas a realizá-la após o nascimento do bebê (tríplice viral – SCR).